ACORDA INÊS! Acorda Inês, oh! doce companheira, Vem ver o sol da terra que te abraça! Estarás neste Mosteiro a vida inteira Mas terás sempre Pedro à tua beira, Sempre o teu coração em Alcobaça Acorda porque as lajes do Mosteiro Para o teu grande amor já são pequenas. Não queiras estar aqui o tempo inteiro! Lá fora há um povo hospitaleiro Que te fará esquecer as tuas penas Vem provar as maçãs deste rincão! Os campos de Cister abrem os braços E sabem descobrir no coração Um gesto de ternura e de perdão Como se o amor seguisse nos teus passos. Acorda Inês, escuta o Rio Alcoa E as coisas tão bonitas que te diz! O Rio que, às vezes, lembra uma pessoa, Que chora quando morre um’alma boa, Que ri quando descobre alguém feliz. Acorda Inês, escuta os teus Poetas E os versos que escreveram para ti! São almas, como tu, irrequietas… Se nada podes dar, nada prometas Que eles hão-de ficar p’ra sempre ...