RENÚNCIA Fui nova, mas fui triste; só eu sei como passou por mim a mocidade! Cantar era o dever da minha idade… Devia ter cantado, e não cantei! Fui bela. Fui amada. E desprezei… Não quiz beber o filtro da ansiedade. Amar era o destino, a claridade… Devia ter amado, e não amei! Ai de mim! Nem saudades, nem desejos; nem cinzas mortas, nem calor de beijos… — Eu nada soube, nada quis prender! E o que me resta? Uma amargura infinda: ver que é, para morrer, tão cedo ainda, e que é tão tarde já para viver! Virgínia Victorino Virgínia Villa-Nova de Sousa Vitorino nasceu em 13 de agosto de 1895, em Alcobaça, filha do correeiro Joaquim de Sousa Vitorino e de sua mulher, Guilhermina Vila-Nova. Cursou Filologia Românica , na Faculdade de Letras de Lisboa , e frequentou a Escola de Música do Conservatório Nacional , onde estudou piano , canto , harmonia e aprendeu a lín...