Noturnos como somos Escrito numa noite de verão que me lembra que não tenho razão de estar miserável Contemplar o modo em que ele leva o cigarro aos lábios O modo que dois dedos o seguram tremulamente E as bochechas esvaziam quando ele enche a boca de fumo venenoso e quente Abre os olhos manso como um cordeiro, olhos sábios. Há uma ruga entre as sobrancelhas d’Ele Chama-se a Linguagem do Caos À combinação dos olhos intensos e da ruga franzida na sua pele Mas é a Linguagem do Caos que na sua direção me impele. Caos manifesta-se nos olhos Olhos esses que estão agora fechados, Mas mesmo sem ele ver Os dados estão lançados. Quando cerrados, parecem de um predador Ou os de uma fera concentrada. Mas quando abertos, já parecem De uma presa domesticada. São de tons pretos e manchados Como que enegrecidos pelo fumo Que age como uma névoa, Escondendo olhos tristes e cansados Do Caos são vassalos, e estão saturados. Mas mesmo na imensidade da sua escuridão melancólica e m...