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A mostrar mensagens de novembro, 2021

Poemas & Poetas - "Meu pensamento é um rio subterrâneo" de Fernando Pessoa

Meu pensamento é um rio subterrâneo Meu pensamento é um rio subterrâneo. Para que terras vai e donde vem? Não sei... Na noite em que o meu ser o tem Emerge dele um ruído subitâneo   De origens no Mistério extraviadas De eu compreendê-las..., misteriosas fontes Habitando a distância de ermos montes Onde os momentos são a Deus chegados...   De vez em quando luze em minha mágoa Como um farol num mar desconhecido Um movimento de correr, perdido Em mim, um pálido soluço de água...   E eu relembro de tempos mais antigos Que a minha consciência da ilusão Águas divinas percorrendo o chão De verdores uníssonos e amigos,   E a ideia de uma Pátria anterior À forma consciente do meu ser Dói me no que desejo, e vem bater Como uma onda de encontro à minha dor.   Escuto o... Ao longe, no meu vago taco Da minha alma, perdido som incerto, Como um eterno rio indescoberto, Mais que a ideia de rio certo e abstrato...   E p'ra onde é que ele

Poemas & Poetas - "A Lágrima" de Rui Rasquilho

A Lágrima   Sobre a areia A memória do fogo E a distância A dilaceração do tempo Do teu corpo Os teus lábios E as ondas   Ao longe o cais sem navios E os teus braços morenos Perdidos no meu ombro   Dançamos agora Na garganta O nó E o gelo   No teu rosto-índice Adeja o limite paralelo da cor E a lágrima   Rui Rasquilho por sua voz - À terceira hora do terceiro dia do terceiro mês, meio ano antes de terminar a guerra, em 1945, nasci. Em julho entrei pela primeira vez num mosteiro construído e vivido por cistercienses, Santa Maria de Alcobaça. Mais tarde percebi que o meu batismo se havia realizado na Sala dos Reis perante inúmeras testemunhas em barro cozido e que, tirando o Papa Alexandre III e S. Bernardo, os outros haviam sido todos reis. Vivi em Alcobaça até ao início da Escola Primária; depois, veio São Pedro do Sul, Fundão, Castelo Branco e Alcobaça, onde fiz a 4.ª classe e a admissão ao Liceu, em Leiria, no edifício do Convent

Poemas & Poetas, "Ode à Paz" de Natália Correia

Ode à Paz Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza, Pelas aves que voam no olhar de uma criança, Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza, Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança, Pela branda melodia do rumor dos regatos, Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia, Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos, Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria, Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes, Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos, Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes, Pelos aromas maduros de suaves outonos, Pela futura manhã dos grandes transparentes, Pelas entranhas maternas e fecundas da terra, Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra, Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna, Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz. Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira, Com o teu esconjuro da bomba e do algoz, Abre as portas da História,      

Poemas & Poetas, "Paz" de Filomena Fadigas

PAZ   Se a paz que procuro se encontrasse nos livros... Se a paz fosse fruto de tréguas de guerras ou de satisfação própria...   Mas não! A paz que me impulsiona nasce da luta. É na luta interior que brota a paz como nascente de água, no sofrimento e ilumina as incertezas que fluem da vida.   Se a paz verdadeira trespassasse intimamente a alma Dos que se compreendem e se refletisse nos outros!   Se eu fosse canção de paz e poesia, eu era verso, amizade e estrada, fosse noite ou fosse dia...   Poetizava a vida, o mar, o ar e a liberdade... Pudesse eu com um só verso acabar com todas as guerras!   Então, valeria a pena ser poeta!   FILOMENA FADIGAS   Maria Filomena de Sousa Fadigas (1954-?), natural de Alcobaça com formação na área da Educação, em Artes Plásticas, licenciada em Animação Sócio Cultural e com formação em Psicologia e Orientação Profissional. Autora de dois livros poéticos e participante como co-autora em mais de duas dezenas de An

Encerramento das comemorações dos 400 anos de Francisco Rodrigues Lobo

 Com um cartaz resumo de ações realizadas ao longo do ano pela Biblioteca Amélia Pais , se encerram as comemorações dos 400 anos de Rodrigues Lobo