Lembras-te de mim? Quantas memórias carregas Foi um sonho talvez Um sonho carregado de amor e felicidade Como é triste ver agora Morrer tão belo... Ouves os acordes da guitarra? Segue-os antes que esqueças como eram. Sentes a melodia da flauta? São os seus últimos compassos... Um dueto em perfeita sintonia... Acabou. Ouço perfeitamente o silêncio da minha solidão, agora. Sorri para mim uma última vez. Porque não sorris? Que puro e singelo era... Voa! Para onde possas ouvir eternamente a melodia da felicidade. Lembras-te de mim, avó? Amor... Ana Oliveira

Com o mês de março a findar, é tempo de fazer balanço da Semana da leitura. É sempre um momento importante que pretende dar visibilidade à que é a principal missão de uma biblioteca: conduzir à leitura. No nosso concelho, as diferentes bibliotecas congregam esforços para trazer à ribalta diferentes ações. No caso da Biblioteca Amélia Pais, a linha de orientação foi o centenário de Saramago e, maioritariamente, a voz dos alunos.  Assim, tivemos a sessão "Palavras de Saramago" dinamizada pelo docente Fernando Barroso e por Natércia Inácio, que integram "Amigos da Letras", de Alcobaça, em que convidaram os alunos a lerem ali, em voz alta, textos de Saramago. As restantes foram dinamizadas por alunos e partiram dos seus interesses, relacionando-os com a obra de Saramago. Destaque para "Têm a palavra as leitoras, que falaram das suas leituras de "Alabardas, alabardas, espingardas, espingardas" e "Ensaio sobre a cegueira" e para "Já conheces

  À BEIRA DO CORAÇÃO   Ouvindo “Frates” de Arvo Part pelo Kronos Quartet   Sentado à beira do coração ouvindo o rio passar percebes os calhaus rolando os peixes carregando promessas de alegria raios de sol a brincar na prata buliçosa da corrente.   A neve derreteu-se. Todo o branco é verde a caminho do branco. Nada está onde já esteve. O mundo avança. Rola. Rodopia. E tu com ele.   A brisa toca os teus cabelos. Percorre-te o pescoço. Anuncia-te pequenos sobressaltos sépias ou talvez um animal pequeno arriscando os umbrais da Primavera.   JOSÉ FANHA       Nasceu a 19 de Fevereiro de 1951 em Lisboa. Aluno do Colégio Militar de 1961 a 1968. Começou a dizer poesia em público em 1969 ao lado de cantores como Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Jorge Letria, Carlo Alberto Moniz e outros. Licenciado em Arquitetura em 1976. Torna-se professor do Ensino Secundário e Formador de Formadores certificado pela Universida

  Amar É Sentir-te   O Mundo muda a cada instante, Cada dia é um desafio e a vida é feita de mudança, Mas a velocidade dessas alterações hoje em dia é alucinante, Os princípios com que fomos educados, por regra, mantêm-se, Contudo, se não acompanharmos o ritmo, ficamos prisioneiros da herança. Deslocados da sociedade atual dos paradigmas da civilização, Retidos por dogmas que religiosamente preservamos, ficamos isolados, Devoramos cartilhas de pensamentos e recordações de uma vida passada, Construída com o suor e a força de uma alma sã, mas desfilando num protesto, Silencioso, em que a voz é apenas o bater das botas de um pelotão de soldados. Não! O Mundo espera algo de nós e nesta caminhada surpreende-nos, Nada acontece por acaso, existem pessoas que nos aparecem na jornada, Sem darmos por elas, deixam algo delas e levam algo de nós, Mas quando temos a capacidade de as acompanhar e perceber, Que a missão por vezes, não passa de uma complementaridade dos