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A mostrar mensagens de maio, 2022

Poemas & Poetas, Onde deixaste o meu beijo-manhã? - António Pedro Vicente

  Onde deixaste o meu beijo-manhã?   Dentro da gaveta do quarto? entre os papéis versados e os anéis, e os ponteiros arrastados pelo tempo?   Por baixo do sofá? Para onde costuma escorrer o silêncio dos teus lábios?   Em cima da cama? Onde prometemos o amor, onde existimos eternos?   Onde deixaste o meu beijo-manhã? Estendido na varanda a pingar a cidade de amor?   Preciso do encontro dos teus lábios, para poder abafar o silêncio entre as pedras da rua, que se estende misturado nas paredes do mundo,   Onde deixaste o meu beijo-manhã?   Que hoje preciso de pintar um quadro sobre o amor guardado numa gaveta só para ti.   António Pedro Vicente   António Pedro Vicente, nasceu a 02 de fevereiro de 1988, em Caldas da Rainha, Portugal. Formou-se em Ciências da Educação pela Universidade de Lisboa. Mais tarde, integrou a especialização na gestão do ensino superior. Foi na cidade de Lisboa que estabeleceu uma relação com a arte da es

Poemas & Poetas, Ode à Liberdade - Jaime Cortesão

  Ode à Liberdade   Quero-te, como quero ao ar e à luz Porque não sou a ovelha do rebanho, Nem vendi ao pastor a alma e a grei; E onde não haja mais do que o redil, És tua a minha pátria e a minha Lei.   Leva-me onde as estradas me pertençam. Porque as vozes viris que me conduzem Ninguém, melhor do que eu, sabe dizê-las; Porque eu não temo as livres solidões, Onde habitam os ventos e as estrelas.   Leva-me ao teu sopro, éter divino, Porque me queima a sede das alturas E o meu amor se oferece sem limite; E és tu que abres as asas aos condores, É tu que ergues os astros ao zénite. Toma-se nas tuas mãos de Sagitário, Faze de mim o arco retesado Pelo teu braço e a tua força inquieta, Pois, quando o meu desejo atinge o alvo, És tu o impulso que dispara a seta.   É lá, sempre mais longe, além do Outono, Nos limites do mundo conhecido, Em plena selva e onde há que abrir a senda, Que eu quero devorar os frutos novos E erguer à beira de