Avançar para o conteúdo principal

Poemas & Poetas - "Auto-retrato" de A. M. Catarino

 

Autorretrato A. M. Catarino

 

Um auto-retrato

É uma versão alternativa

Daquilo que sou.

 

Errática sinfonia da banalidade.

 

Neste, por exemplo,

Pareço um foragido da lei

 

A polícia não desdenharia

Coloca-la no meu processo,

Se eu fosse corajoso o bastante

Para desafiar a autoridade.

 

Imagino um agente a algemar-me:

“Tudo o que usar ser,

Será usado contra si.”

 

A. M. CATARINO

Nascido em 1973 e residente em Benedita, António Manuel Catarino define-se como sociólogo de formação, formador por vocação, fotógrafo por paixão e escritor por natureza.

O Escritor

A escrita aparece na sua vida como consequência natural do gosto em entrelaçar a fotografia e a palavra.

Começou por partilhar textos ilustrando as suas fotografias em blogues, mas a boa reação incentivou-o a ir mais além.

Publicou os livros “Fragmentário” em 2010 e “Um” em 2011, conjugando pequenos contos e fotografias de sua autoria.

O primeiro romance, intitulado “Claridade”, foi editado em novembro de 2012, a que sucederam em novembro de 2016 "Antologia" (um título no mínimo surpreendente para um romance), em março de 2018 "MONSTRO" e em Agosto de 2019 "Saudade".

Pelo meio realizou também duas edições de autor artesanais limitadas a 25 exemplares numerados: “As crónicas de Hélio Meio Frasco” em 2013 e “Muitos anos sem ti” em 2014, onde explorou as potencialidades de transformar um livro numa instalação artística, e participou em diversas antologias e coletâneas

Em 2020 apresentou "Emulsão", obra em que casa a prosa, a poesia e a fotografia.

A. M. Catarino é já detentor de variadíssimos prémios literários.

O Fotógrafo

Apaixonado pela fotografia desde sempre, adquiriu aos 28 anos a sua primeira máquina fotográfica reflex, decidido a levar o hobby mais a sério.

Colaborar como formador freelancer em diversos centros de formação da zona oeste, permitiu-lhe explorar fotograficamente Nazaré, Peniche, Caldas da Rainha, entre outros, depois do horário de trabalho.

A passagem para a fotografia digital, em 2004, foi um período de valiosas aprendizagens e rápida evolução.

Desde então, participou em inúmeras exposições individuais e coletivas e passou a realizar cursos, workshops e atividades fotográficas, transmitindo aos outros os conhecimentos e competências adquiridas.

A. M. Catarino é detentor de variadíssimos prémios em fotografia.

O Formador

Licenciado em Sociologia, trabalha na área da formação profissional desde 1999, colaborando com diversos centros de formação da zona oeste.


                                                         

                                                           Autorretrato Pablo Picasso 







Comentários

Mensagens populares deste blogue

Dia Internacional da Biblioteca Escolar/20

  Em cada ano se assinala o Dia Internacional da Biblioteca Escolar. Ultimamente até todo o mês de outubro é o Mês Internacional da Biblioteca Escolar. Foi há mais de 20 anos que a nossa biblioteca começou a assinalar esse dia, o que ainda não era comum em Portugal. Hoje há estudos que demonstram o que faz a ausência, ou mesmo a inexistência, da biblioteca escolar na aprendizagem. A nossa biblioteca vai cuidando cada vez mais dos serviços à distância através da página web : consulta do catálogo, guiões orientadores para diferentes tarefas, contacto por formulário ou direto por email, Recursos Educativos Digitais (em construção), sugestões de endereços eletrónicos... As atividades com alunos mudaram de local, são na sala de cada turma, e foram pontualmente ajustadas ao que as circunstâncias exigem. Mas seguem o seu curso, naturalmente. Mas a biblioteca também é festa. E vêm os passatempos, os clubes: de Guitarra, de Teatro, de Robótica, de Escrita Criativa e Leitura em Voz Alta. Tudo em

5 dias/5 poemas de Rodrigues Lobo - "Antes que o sol se levante"

Dia 3 Sta Maria Madalena, de Josefa de Óbidos, 1650 Museu Nacional Machado de Castro, Coimbra   ÉCLOGA X Antes que o sol se levante Mote Antes que o Sol se levante, vai Vilante ver seu gado, mas não vê Sol levantado quem vê primeiro a Vilante. Voltas É tanta a graça que tem com üa touca mal envolta, manga de camisa solta, faixa pregada ao desdém, que se o Sol a vir diante, quando vai mungir o gado, ficará como enleado ante os olhos de Vilante. Descalça, às vezes, se atreve ir em mangas de camisa; se entre as ervas neve pisa, não se julga qual é neve. Duvida o que está diante, quando a vê mungir o gado, se é tudo leite amassado, se tudo as mãos de Vilante. Se acaso o braço levanta, porque a beatilha encolhe, de qualquer pastor que a olhe leva a alma na garganta. E inda que o Sol se levante a dar graça e luz ao prado, já Vilante lha tem dado, que o Sol tomou de Vilante. Éclogas,  X

5 dias/5 poemas de Rodrigues Lobo - "Mil anos há que busco a minha estrela"

 Dia 1 Mil anos há que busco a minha estrela E os Fados dizem que ma têm guardada; Levantei-me de noite e madrugada, Por mais que madruguei, não pude vê-la. Já não espero haver alcance dela Senão depois da vida rematada, Que deve estar nos céus tão remontada Que só lá poderei gozá-la e tê-la. Pensamentos, desejos, esperança, Não vos canseis em vão, não movais guerra, Façamos entre os mais üa mudança: Para me procurar vida segura Deixemos tudo aquilo que há na terra, Vamos para onde temos a ventura. Fénix Renascida , I