Vou pró
mar
É
uma porção de rio que foi limpo,
Onde
corre uma porção de água devagar,
O
murmúrio que sussurra caminhando,
Deixa
ouvir esta frase - Vou pró mar!
Foi
após um silêncio que a ouvi,
Estava
com meus netos a escutar,
E
o som das pequenas ondas que fazia,
Insistia
e afirmava - Vou pró mar!
É
tão longe a distância a que me encontro,
Do
sítio onde ele vai desaguar,
Mas
insiste rodeando os obstáculos
Nesta
frase repetida - Vou pró mar!
Mais
à frente, perde-se pelos campos,
Seu
leito o afasta do lugar,
Mas
não desiste na busca do caminho
Soletrando
as palavras – vou-para-o-mar!
Persigo
através do pensamento,
Esta
porção de rio a murmurar
E
consigo adivinhar se repetindo,
Sem
nunca desistir - Vou pró mar!
Encontra
finalmente um largo leito
Onde
corre, um grande caudal
E
feliz por não ter desistido,
Grita
já bem alto - VOU PRÓ MAAAAAR!
Chegou
enfim à foz que é seu destino,
Onde
vagas de espuma o vão buscar
E
qual mãe embalando seu menino
Entram
barra fora – Estou no mar, estou no mar!...
Maria
Amélia Faustino Ribeiro, nasceu em Ataíja de Cima a 11/6/1941.
Enfermeira
formada na Escola de Enfermagem Dr Ângelo da Fonseca em Coimbra.
Exerceu
enfermagem em Coimbra, Lisboa e Alcobaça.
Reside
em Ataíja de Cima.
Tem
por hobby modelagem em barro, gosta de ler escrever e pintar.
Frequenta a Universidade Sénior de
Alcobaça onde orienta a disciplina de Modelagem em Barro na Universidade Sénior
de Alcobaça (USALCOA)
Integra
o grupo Amigos das Letras de Alcobaça.
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