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Mensagens

A mostrar mensagens de 2025

Poema "Rosas Secas

 Rosas secas Rosas secas numa jarra, atravessadas Pelo feixe de luz amarelo do candeeiro de rua. Mas a rua será modernizada. Iluminada por uma lâmpada branca e estridente. Tal como tudo no mundo, que se torna incolor e sem graça. Tal como todos no mundo, que se tornam pálidos e secos. Tal como o corpo nu e frio que se estende na cama E que terá roubado umas rosas, em tempos, Deixando-as pousar eternamente. Porque as flores são mais bonitas quando estão mortas E as raparigas são mais bonitas quando desejam ser flores numa jarra, Arranjadas, ornamentadas. Elogiadas e ignoradas. Direitas, imóveis... À espera de serem trocadas por umas mais frescas, em breve. Quando a realidade bate à porta E decidem levantar-se da cama, As raparigas olham para o espelho, Intrigadas com a forma que o seu cabelo tomou E com o brilho com que os seus olhos se distinguem do mar de petróleo, E desiludem-se Porque não são como as rosas, Que ficam mais bonitas quando estão murchas. Mas o espelho não se import...

Concurso de Poesia/2025

 Foi com grande alegria que recebemos 46 composições de 18 participantes, o que se revelou uma tarefa difícil do júri, dada a qualidade dos textos. À professora bibliotecária, Helena Espírito Santo, juntaram-se a professora Cristina Paiva e a psicóloga Catarina Oliveira e apreciaram cada um dos poemas. Foram escolhidos os poemas Rosas Secas Palavras para ti ex aequo Queria poder escrever um livro Amizade e ainda Uma vida passada Parabéns a todos os participantes. Durante a Semana da Leitura, de 31 de março a 4 de abril, haverá uma sessão com todos os participantes.

Cruzamentos literários e cinematográficos - 2

  Muitas vezes, quando anunciam a adaptação ao cinema de obras literárias, os verdadeiros apreciadores de literatura reagem com alguma desconfiança. Normalmente não é fácil passar para a tela tudo o que o escritor nos deu em palavras. Logo que estreou, em janeiro, o filme com o mesmo título da obra de Claire Keegan, Pequenas coisas como estas , a minha curiosidade cinematográfica foi despertada. O facto de o ator principal ser Cillian Murphy, o vencedor de um Óscar em 2023, pelo filme "Oppenheimer", apresentava já um bom augúrio. E, de novo, posso afirmar que valeu a pena! Para além da excelente interpretação do ator já citado que encarna o papel de Bill Furlong, o realizador Tim Mielants conseguiu captar a ambiência soturna daquela Irlanda que Keegan descreve tão bem no seu livro. Para o fazer, recorreu a uma fotografia extremamente bem conseguida e capaz de passar para imagens as palavras da escritora. Nas imagens do frio gélido do inverno irlandês, conseguimos perceber o...

Cruzamentos literários e cinematográficos - 1

  Claire Keegan (Wicklow – 1968), escritora irlandesa, finalista do Booker Prize de 2022 e vencedora do Prémio Orwell na Categoria de Ficção Política , era até há bem pouco tempo uma escritora praticamente desconhecida dos leitores portugueses. A primeira vez que vi o livro exposto num escaparate de uma livraria chamou-me a atenção especialmente a capa, pois a pequena povoação pintada de branco, rodeada de montes cheios de neve, proporcionava o regresso ao passado pela imagem da mulher que carrega lenha ou pela carroça puxada a animais. Mesmo a imagem de pessoas que patinam no gelo passa a ideia de que a história contida naquele livro é transmissora de serenidade. Depois da observação da capa, o título Pequenas coisas como estas parece conduzir de novo o leitor para uma história em que as coisas mínimas contam, talvez uma história de temática motivacional a que algumas editoras nos habituaram. Quanto a esta hipótese, só a editora Relógio d’Água não parecia enquadrar-se neste ti...

Ler Camões na ESFRL com o país

  C onforme agendado, teve lugar a sessão de leitura de textos de Camões, das 10h30 às 12h30, dividida em 2 momentos, com a participação de muitos alunos, professores e assistentes. Os textos, escolhidos pelos leitores, foram diversificados em género: poesia, epopeia, cartas e teatro. No átrio da escola, diferentes turmas assistiram à sessão, aplaudiram e ficaram a conhecer mais textos de Camões. Foi também partilhada por um aluno que assistira ao webinário a informação sobre a razão da definição do dia 23 de janeiro como o dia do nascimento do poeta: O dia em que nasci morra e pereça, Não o queira jamais o tempo dar, Não torne mais ao Mundo, e, se tornar, Eclipse nesse passo o sol padeça. Curiosamente, neste mesmo dia vivemos um simulacro durante a sessão, o que veio dar um colorido diferente à mesma.

«Ler Camões - "O dia em que nasci ..."» - Webinar inserido nas comemorações dos 500 anos do nascimento de Camões

  No dia 14 de janeiro de 2025, pelas 10h30m, a turma L do 10.º ano, acompanhados pela professora da disciplina de Literatura Portuguesa, tiveram a oportunidade de assistir ao Webinar «Ler Camões:   “O dia em que nasci …”». Durante este Webinar, assistiram às apresentações de dois Professores da Universidade de Coimbra, Carlota Simões e João Fernandes. A primeira oradora demonstrou que existem três teorias em torno da data de nascimento de Camões, de Manuel Faria e Sousa, de Mário Saa e de Teófilo Braga. De acordo com estas três teorias, o poeta terá nascido entre 1524 e 1525, a 23 de janeiro de 1525 ou a 5 de fevereiro de 1524, respetivamente. A base destas teorias encontra-se nos textos da autoria de Camões que se acredita serem de cariz autobiográfico e nas referências a um eclipse (no poema que dá título ao Webinar ) ou a “estrelas infelizes” que estão referidas na “Canção X”. Ora a partir destas leituras, o Professor João Fernandes (Matemático e Astrónomo da UC) explicou ...

Um leitor ... Leituras várias - Como vai o projeto?

   Depois de o primeiro passatempo "Adivinha o autor" ter tido um autor bastante conhecido, Eça de Queirós (de que, aliás, se tem falado muito nestes últimos dias em virtude da sua trasladação para o Panteão Nacional), passámos a nomes da literatura de expressão portuguesa menos conhecidos dos alunos.    Assim, no mês de novembro, o escritor escolhido foi José Luís Peixoto (escritor, poeta e dramaturgo, nascido em 1974, Prémio Literário José Saramago em 2001) e, seguidamente, no mês de dezembro, foi a vez de termos um nome feminino, Andreia C. Faria (poetisa portuense, nascida em 1984, Prémio Autores em 2018).     A participação dos alunos tem sido bastante regular e em número satisfatório. Lembrança atribuída à premiada de novembro   Está, neste momento, a decorrer o desafio da janeiro e dos resultados e autor do mesmo daremos conta logo que termine.